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Via Metropolitana Norte não possui Estudo de Impacto Ambiental
Cada estado brasileiro possui um órgão responsável pela execução da política ecológica no sentido de garantir o desenvolvimento sustentável mediante a racionalização dos recursos naturais, a preservação e recuperação do espaço verde, o controle da poluição, a fiscalização de atividades ou empreendimentos capazes de provocar a degradação ambiental, assim como a educação cidadã em prol dos meios naturais. Para exercer suas funções, fazem uso de documentos como licenças, autorizações e pareceres. No caso de Pernambuco, a entidade é conhecida pela sigla CPRH e está vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). Compete à ela, por exemplo, a autorização para retirada de uma vegetação com a finalidade de viabilizar a execução de uma determinada obra.
De acordo com a Lei Estadual 11.206 de 1995, “é proibida a supressão parcial ou total da vegetação de preservação permanente, salvo quando necessário a execução de obras, planos ou projetos de utilidade pública ou interesse social e não exista nenhuma outra alternativa de área de uso para o interno.” Ou seja, a princípio, qualquer desmatamento próximo aos rios ou qualquer curso d’água, morros, montanhas e serras, restingas e chapadas não é permitido. Em casos de obras úteis para a população, a autorização para retirada da vegetação é expedida desde que se cumpra duas etapas fundamentais: a sanção de uma lei específica pelo governador e a elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental, além do licenciamento do órgão competente. Com relação à obra da Via Metropolitana Norte, a primeira etapa foi realizada em março de 2014, através da lei 15.247, mas a segunda, não, conforme ofício nº 0138/2015, expedido pela Secretaria Estadual de Mobilidade.
Ficam no ar algumas perguntas: qual é a explicação do CPRH para dispensar uma exigência expressa em lei? A obra é considerada legal do ponto de vista jurídico?
O que é um Estudo de Impacto Ambiental?
Conforme o ofício 0138/2015, a obra da Via Metropolitana Norte não possui o Estudo de Impacto Ambiental. Saiba o que é o EIA e porque ele é tão importante.
Ofício 0138/2015
Vegetação restante (até 09 de abril)
Fotos tiradas na manhã de 02 de abril de 2015, após derrubada de árvores em Jardim Atlântico.
Update: estas árvores já foram destruídas, infelizmente.
Derrubada de árvores em Jardim Atlântico
Fotos tiradas em 01 e 02 de abril de 2015.
Simulação da Via Metropolitana Norte
Com imóveis demolidos, Via Metropolitana Norte não agrada população
Moradores da região denunciam que foram coagidos a deixar as moradias
Vista como uma importante ferramenta para amenizar a problemática do trânsito no Grande Recife, sobretudo na ligação entre as cidades de Olinda e Paulista, a Via Metropolitana Norte ainda enfrenta obstáculos que podem dificultar o avanço das obras, atualmente seguindo a passos lentos. Orçada em R$ 123 milhões, com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no segmento mobilidade, o projeto esbarra na desapropriação de cerca de dois mil imóveis, parte deles localizada às margens do rio Fragoso, entre os bairros de Jardim Fragoso e Jardim Atlântico, considerada a área mais crítica.
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Derrubada de árvores em Jardim Atlântico
Vídeo em 01 de abril de 2015.
Registro de saguis em árvores
Registro de saguis perambulando pelos galhos das árvores ainda existentes.
Para quem imagina se tratar de “apenas um canal”, fica a mensagem: não é um canal, é um rio com vasta vegetação que abriga diversas espécies de animais. A obra da Via Metropolitana Norte, que prevê o o revestimento de 2,3 quilômetros do Rio Fragoso, sim, o transformará definitivamente em um canal.
Update: esta árvore já foi destruída, infelizmente.